Título: A arte de vencer uma discussão
Autor: Arthur Schopenhauer
Ano de edição ou reimpressão: 2022
Editora: Alma dos Livros
Idioma: Português
Dimensões: 140 x 210 x 7 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 88
Peso: 165g
ISBN: 9789899054646
Acontece com frequência uma pessoa estar objetivamente certa e, no entanto, aos olhos dos outros e, às vezes, aos seus próprios, sair-se pior numa discussão, sendo confundida ou refutada por argumentos meramente superficiais. Por exemplo, apresenta uma prova de alguma afirmação, mas o seu adversário refuta-a e, assim, parece ter refutado a afirmação para a qual, no entanto, pode haver outras provas. Neste caso, é claro, o adversário e a pessoa trocam de lugar - ele sai-se melhor, embora, na verdade, esteja errado.
Assim, a vitória numa disputa deve-se muitas vezes não tanto à correção de um julgamento ao declarar uma afirmação, mas sim à astúcia e à argumentação com que ela foi defendida.
Se o leitor perguntar como é que isto acontece, respondemos que é simplesmente a vileza natural da natureza humana. Se a natureza humana fosse inteiramente honrada, não deveríamos, em nenhum debate, ter outro objetivo que não a descoberta da verdade.
Para vencer uma discussão não é fundamental ter razão, é apenas necessária a arte e o engenho de refutar as afirmações do adversário e conduzir a audiência a tomar o seu partido.
A Arte de Vencer uma Discussão Sem Precisar de Ter Razão é a arte de disputar uma conversa de modo a ganhar a contenda mantendo o seu ponto de vista, independentemente de estar certo ou errado.
Arthur Schopenhauer propõe explicar de que maneira podemos fazer com que as nossas ideias tenham sucesso apesar da sua falsidade ou da sua inconsistência.
O filósofo precursor do pessimismo aponta que a verdade objetiva de uma afirmação e a sua aprovação por aqueles que a discutem não são a mesma coisa. Devido à perversidade natural do ser humano, nas disputas quotidianas, de facto, o objetivo não é a descoberta da verdade, mas sim o desejo fútil de ter razão.
Arthur Schopenhauer nasceu a 22 de Fevereiro de 1788 em Danzig, no seio de uma abastada família de comerciantes, sobre a qual pairavam as sombras da tragédia (a sua avó paterna enlouquecera e o seu pai suicidou-se). A mãe, Johanna Schopenhauer, dividia a sua vida entre a leitura, a escrita e as recepções mundanas, e Arthur nunca lhe perdoou várias aventuras amorosas que teve depois da morte do marido. O seu salão era um dos mais frequentados da Alemanha e, entre os convidados habituais, encontravam-se Goethe e o orientalista Friedrich Maier, que iniciou Schopenhauer nas doutrinas budistas. A vocação filosófica de Arthur Schopenhauer foi precoce. Aos dezassete anos, anotou no seu diário de viagem: “A vida é um problema duro e decidi dedicar a minha a reflectir sobre isso.” Depois de viajar com os pais através dos Países Baixos e da Inglaterra, Arthur Schopenhauer viveu em Paris, frequentando a vida cultural da cidade.
De regresso à Alemanha, iniciou estudos de Medicina e frequentou aulas de Física, Astronomia, Química e História. Na Primavera de 1810, inscreveu-se na Faculdade de Filosofia, descobrindo Aristóteles, Platão e Kant. Aos vinte e seis anos, Schopenhauer terminou a sua obra O Mundo como Vontade e Representação e procurou tornar-se professor na Universidade de Berlim. É aceite no cargo depois de um vivo debate com Hegel, que fazia parte do júri de admissão. Ao contrário do que sucedia com as aulas de Hegel, as suas estavam quase sempre vazias, o que o levou a desistir. O Mundo como Vontade e Representação fora um fracasso em termos editoriais, o mesmo sucedendo com Da Vontade na Natureza. A sua popularidade virá apenas com Parerga e Paralipomena, em 1851. Nos últimos anos da sua vida, a sua preocupação maior era o que iriam fazer os professores de Filosofia com a sua obra. Morreu a 21 de Setembro de 1860, aos setenta e dois anos.