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O mal, o homem, Deus e, em quarto lugar, o cosmos. Esta é a sequência temática desenvolvida pelo pensador belga Adolphe Gesché na sua peculiar dogmática Deus para pensar.

Toda reflexão teológica que pretenda abordar o cosmos deve esforçar-se por pensá-lo a partir de Deus. Contudo, a realidade criada é precisamente o terreno onde a teologia entra em conflito com as ciências experimentais. Com efeito, na Modernidade, a natureza tornou-se progressivamente o domínio exclusivo dessas ciências, ao ponto de serem consideradas as únicas vias legítimas de acesso aos segredos que as coisas encerram.

Pensar a natureza a partir de Deus implica, portanto, antes de mais, procurar uma «nova aliança» entre ciência e teologia, entre as leis naturais que regem a matéria e as leis salvíficas que orientam a história e o mundo para um destino pleno de sentido. Com Heraclito, o ser humano de cada época é, em última análise, convidado a compreender a criação como «jogo e risco de Deus».

Também foi professor e investigador na Faculdade de teologia da Universidade Católica de Louvaina e Louvaina a Nova. Faleceu em 2003.

Foi membro da Comissão Teológica Internacional. “Dieu pour penser”, título com vários volumes, contempla o essencial do seu pensamento teológico e filosófico.